sexta-feira, 23 de maio de 2014

Lisboa com Fernando Pessoa - Itinerário 3 - Parte II - Lisboa à Antiga

O quarto ponto citado no roteiro de Fernando Pessoa é o Museu Nacional do Azulejo, um tantinho afastado dos outros locais indicados, instalado no antigo convento da Madre de Deus, com uma mistura interessante de estilos.




O museu conta a história do azulejo, desde a dominação árabe, com peças de vários estilos e retratando cenas de caça, românticas e religiosas, dentre outras.
Também estavam expostos murais onde eram retratadas cenas das fábulas de La Fontaine.



E a peça mais impressionante: o grande mural de mais de 20 metros que retrata a Lisboa anterior ao grande terremoto.


Por fim, cabe descansar e tomar uma bebida no café do museu, decorado com, óbvio, azulejos e peças antigas de cozinha!


A próxima indicação é a Casa dos Bicos, em razão de se tratar de uma curiosidade arquitetônica.
O prédio foi construído em 1523, por Brás de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque, sendo peculiar a sua fachada cheia de elementos pontiagudos. Fernando Pessoa diz que, por isto, chegou a ser chamada de Casa dos Diamantes.
Atualmente ali funciona o Centro de Documentação sobre os descobrimentos portugueses.


Depois disto, vamos à , erguida em 1150 sobre uma mesquita. Foi completamente restaurada depois do terremoto, motivo porque apresenta um mix de estilos diferentes.
Dentro está a pia onde foi batizado Santo Antônio em 1195. Também estão ali as relíquias de São Vicente, o padroeiro da cidade.



Saindo da Sé, dirigimo-nos ao onipresente Castelo de São Jorge, no topo da colina mais alta de Lisboa.
Foi construído pelos árabes entre os Séculos X e XI. Existem no local vestígios do Século VI, com trabalhos arqueológicos.
Depois da tomada da cidade dos mouros, o castelo abrigou o palácio real.



A vista lá de cima é belíssima, podendo-se passear por suas muralhas e divisar um pouco da história da cidade.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Lisboa com Fernando Pessoa - Itinerário 3 - Parte I - Lisboa à Antiga

Este itinerário compreende os lugares mais conhecidos e procurados de Lisboa, com vistas belíssimas e incentiva a contemplação do casario antigo, com os detalhes de azulejaria que são tão típicos em Lisboa.

 
Adverte-se que é um percurso muito longo, não dá para ser feito em um dia só, a não ser que se seja maratonista! Mesmo assim, com a pressa se perde a riqueza dos detalhes.
O primeiro ponto a ser visitado é o Miradouro da Graça e Igreja da Graça, situados no bairro do mesmo nome.

 
O Miradouro atualmente é chamado de Sophia de Mello Breyner Andersen, em homenagem a poeta, que costuma frequentá-lo, existindo lá um busto dela em bronze e uma de suas poesias sobre Lisboa afixada na parede.


 
Este mirante é conhecido pela beleza de sua vista, divisando-se o casario e o Castelo de São Jorge em primeiro plano e, mais adiante, o Tejo, além da outra margem. Um belíssimo lugar para apreciar a paisagem, existindo ali também um café sob as árvores.


 
No largo do miradouro, vê-se a igreja, que antigamente também era um mosteiro. Chamam a atenção as belíssimas imagens, pontuando o autor João Correia Neto que estão ali as estátuas de quatro santos negros, na primeira capela à esquerda de quem entra.
 


 
A seguir, o segundo ponto indicado é o Panteão Nacional, construído originalmente para ser a igreja de Santa Engrácia, em estilo barroco português, tendo sido iniciada a construção em 1680 e terminada em 1966, quase 300 anos depois.
 
Dentro dele estão enterradas figuras ilustres, sendo os mais conhecidos Sidónio Pais, que foi ditador e amado pelas mulheres em razão de sua beleza, Amália Rodrigues, a grande fadista, e o escritor Almeida Garret.

 
A visão do seu domo por si só já é uma boa atração, constando também dentro do edifício um órgão do Século XVIII.

 
Mas imperdível é a visão espetacular de cima do edifício. São alguns lances de escada, mas que definitivamente valem a pena ser escalados!


 
Ali pelos arredores acontece, às terças e sábados, a Feira da Ladra, que se iniciou no Século XII, sendo o mais famoso mercado de pulgas de Lisboa.
O nome vem da procedência das peças quando do seu início. Dizem que atualmente não é mais assim. Há mais de um século ocorre no local atual (Campo de Santa Clara).
 
Lá se pode encontrar de tudo, desde antiguidades autênticas até quinquilharias sem valor, espalhadas em barraquinhas ou em lonas no chão, chamando a atenção pela diversidade de produtos e também étnica.

sábado, 17 de agosto de 2013

Lisboa com Fernando Pessoa - Itinerário 2 - Entre Avenidas e Museus

Em seu livro, João Correia Filho se refere que Fernando Pessoa, ao mencionar o segundo roteiro, afasta-se do Centro Histórico, explorando o norte da cidade.
 
 
O início do percurso é a Praça de Touros do Campo Pequeno, com fachada de tijolos vermelhos, construída no final do Século XIX, em estilo neomourisco, tem capacidade para cerca de 10.000 pessoas.
 
É onde ocorrem as corridas de touros, com temporada de abril a setembro de cada ano, sendo esta uma tradição nacional, lembrando que em Portugal não se matam os animais.

 
Também são realizados concertos no local e tem em seu subterrâneo um centro comercial, com várias lojas, cinemas e restaurantes.
 
Saindo do Campo Pequeno no sentido do trajeto indicado, passa-se pelo Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, para homenagear aqueles que morreram por ocasião da invasão francesa, inaugurado em janeiro de 1933.
 
Chega-se a seguir ao aprazível Parque do Campo Grande, com cerca de 15 hectares, um oásis em meio ao vai e vem dos carros e ônibus que ali circulam.

  O parque tem um passeio tranquilo, cheio de árvores e pequenos animais, além de um lago, que, segundo os moradores de Lisboa, tem barcos a remo para alugar, o que não vimos, porque o espaço está em reformas.
 
 
Chama a atenção o número de idosos que se deixam ficar nos bancos, sempre com um livro na mão, ou em rodadas de carteado com os amigos.
 
Na margem da avenida que contorna o parque, está a Biblioteca Nacional de Portugal, onde está guardada grande parte do acervo de Fernando Pessoa.
 
Seguindo um pouco à frente e entrando-se na Alameda da Universidade, está o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde estão preservados os documentos do Império desde o Século XIV e os arquivos da inquisição portuguesa. O prédio, contraditoriamente, é em estilo moderno.
 
Feito este registro e voltando ao parque, chega-se ao Museu Bordalo Pinheiro, que expõe a obra do artista do mesmo nome, que era conhecido por sua natureza crítica, tendo criado o Zé Povinho, que representa o povo português. Também há exposição de cerâmicas que chamam a atenção pela riqueza de detalhes.


 
Quase em frente ao Museu Bordalo Pinheiro, e já chegando ao final do itinerário, está o Museu da Cidade, que foi instalado no Palácio da Pimenta, construído para abrigar a amante de D. João V, que era madre no convento de Odivelas, próximo a Lisboa.
 
O museu conta a história de Lisboa, com peças que retratam vários períodos, sendo a mais chamativa e importante a maquete da cidade antes do terremoto de 1755, com uma riqueza de detalhes que encanta.



 
Compreende, também, um belo jardim, enfeitado com esculturas, e com pavões que ficam a circular pela mata.

 
Ainda, anexo ao museu, há um outro jardim, chamado Bordalo Pinheiro, onde estão expostas várias obras de cerâmica do artista, inclusive em maior número do que no próprio Museu Bordalo Pinheiro!

 
São diversos animais em cerâmica, expostos nos canteiros, de forma interessante e estimulante!

O álbum de fotos completo deste passeio pode ser visto aqui: