domingo, 26 de fevereiro de 2012


LAJEDO DE PAI MATEUS - PARAÍBA - BRASIL


Quando se fala em sertão nordestino, a primeira impressão que se tem é de que corresponde a um deserto, com galhos secos e poeira somente. Mas não é bem assim.


 Estivemos no Cariri Paraibano, em um município considerado como um dos mais secos do país, com baixíssimo índice pluviométrico. Mas... Surpresa!!! Em primeiro lugar, estava chovendo. Não muito, mas o suficiente para fazer brotar toda a beleza do ecossistema do semiárido!




 Flores belíssimas, até mesmo os rios correndo, lembrando que os rios, no sertão, não são perenes, sendo possível vê-los somente na época de chuvas.


Outra surpresa foi a presença de animais que não são vistos mais tão facilmente, como emas e seriemas soltas em seu habitat natural, sem falar na enormidade de lagartos que se deslocam rapidamente entre as trilhas e caminhos! E por que não? Sapos, rãs, cobras, tejuaçus (ou teiú-açus, como preferirem)...


Bom, primeiro, para chegar lá, não é exatamente fácil... Parte da estrada é de barro, pouco mais de 20 quilômetros, mas vale a pena.

O Hotel Fazenda Pai Mateus é rústico e tem chalés confortáveis, com todas as comodidades, como camas box, banho quente, ar condicionado... Além do mais, para quem quer descansar é o paraíso. Nada de celulares, simplesmente não pegam... Perfeito!!!

Também não existem televisores nos quartos, o que agrada alguns e desagrada outros.. Eu, particularmente, adorei!

Travado conhecimento com as acomodações, partimos para a exploração do hotel. Charmoso, com instalações bem pensadas, inclusive para a convivência entre os hóspedes, sendo possível contemplar os preás à procura de alimento e pássaros de várias espécies de um lado para o outro. Basta deitar no redário (para quem não sabe o que é, trata-se de um ambiente normalmente sem paredes, onde ficam armadas várias redes, para a prática do esporte mais prazeroso da terra: fazer nada) e ficar apreciando...

Superada a preguiça, os passeios são de tirar o fôlego, sendo difícil de acreditar que estamos em plena caatinga!

Primeiramente, fomos a uma formação rochosa, chamada Saca de Lã, porque tem a aparência de sacas de algodão empilhadas... Infelizmente, não pudemos chegar lá, porque o rio começou a correr e não dava passagem, mas valeu pela beleza, como se pode ver da foto...


Imperdível conhecer o mais famoso lajedo da região, o Lajedo de Pai Mateus, que tem este nome em homenagem a um curandeiro que viveu em uma das furnas lá existentes...


 É um sem fim de pedras redondas sobre um grande lajedo, algumas bem interessantes, como a Pedra do Capacete e a Pedra do Sino, que faz o barulho característico deste.




Depois de tiradas as fotos, constatamos que uma delas se assemelha a uma pessoa deitada de lado.




Também muito interessante é o Lajedo do Bravo, onde o guia Djair discorre sobre a vida dos antigos índios que habitavam a região. Lá existem pinturas rupestres e furnas que dizem ter sido um cemitério naquela época. Tudo absolutamente belo, com cactos brotando das pedras, formando um jardim, e uma infinidade de macambiras enfeitando aquela imensidão.




Ah, não tem como não falar da comida feita no hotel... Pratos regionais, com um tempero que não dá para explicar, incentivando o pecado da gula... Não percam a galinha à Tota Lucena, cozida na cachaça! É de comer rezando!


Também visitamos a cidade de Cabaceiras, distante cerca de 25 quilômetros do hotel, onde, na entrada, está o letreiro “Roliúde Nordestina”, assim mesmo, abrasileirado, porque várias produções cinematográficas já foram rodadas lá, sendo a mais conhecida o Auto da Compadecida de Ariano Suassuna.



Uma cidade pequenina, com todas as características das cidades do sertão nordestino. Interessante conversar com Zé de Sila, que tem um misto de antiquário e lojinha de artesanato, com fotos de sua participação em diversas destas produções de cinema e televisão.


A devoção ao bode está em todo lugar na cidade, com estátuas do animal e, segundo os habitantes, a festa mais esperada é a do Bode Rei, em junho.

Foi uma boa surpresa esta viagem e já estamos nos preparando para voltar!!!

11 comentários:

  1. Viagem fantástica! Que venha o São João...

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  2. Não vejo a hora de comprovar tudo isso ao vivo e a cores...Parabéns pelo texto.

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  3. Desde já declaro em alto e bom som - ops! - em letra alta e visível - sou fã de carteirinha!!!

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  4. Tenho uma sugestão a fazer para depois do São João, Pedra da boca com a pousada Fulô da Pedra vejam no Facebook.

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  5. Todas as sugestões são bem-vindas!!! E serão analisadas!!!

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  6. Muito bacana a descriçao do lugar. Viajei sem sair de casa ! Boa sorte com seu fabuloso blog. Luiz, direto de Paris.

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  7. Muito interessante. O lugar deve ser visitado e exaltado.

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  8. Já estamos de malas prontas!!! Que venha o São João, com toda a organização da pousada...estaremos lá!!

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  9. Conheço amigos que ja visitaram esse lugar muito lindo por sinal um lugar onde amigos pedalam de bike inclusive hoje to vendo no programa Ana Maria Braga esse lugar vi pela tv como se estivesse la bom demais valeu!!!

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  10. achei ótimo, tudo belo.Deu uma vontade danada de ir ver o "são joão" de lá...mas sem televisão,bateu uma modorra..rss

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  11. Meu nome é Djair Fialho dono de uma Agência de receptivo de nome Cariri Expedição do Lajedo do Bravo, o local da primeira foto com o Arco-íris. Sou Guia de Turismo Regional/Nacional e Mercosul bilíngue e especializado nesse roteiro.
    Para conhecer essa região contacte-nos pelo nossa fan page no facebook: Cariri Expedição ou pelos e-mail: caririexpedicao@hotmail.com ou djairlajedo@gmail.com.br
    TELEFONE: 083 9132-4718 OU 9132-5187.

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